Quando alguém me pergunta o que é a Umbanda um monte de coisas passa na minha cabeça. Fico pensando, em fração de segundos, o que responder para que o interlocutor tenha uma resposta compreensível em um primeiro momento com intenção de não fundir a cabeça com o lance dos espíritos.
Para mim Umbanda é o Brasil, é o planeta. Vamos entender. Cada orixá - são sete - representa uma vibração cósmica da natureza. Cada orixá é a força do que está aí habitando com a gente. Vamos lá:
- Oxalá - o orixá maior. Não atua diretamente nas forças e elementos do planeta. Faz isso por intermédio dos outros orixás.
- Oxóssi - é a natureza em si, nas matas e no reino animal. É o conhecedor das ervas e o grande curador.
- Ogum - é a força dos minerais, a força do fogo, da transformação, da guerra, da luta.
- Xangô - é a força das pedreiras. Justiça é sua obsessão. Vale lembrar que a justiça é uma virtude em todas as forças de todos os orixás.
- Iemanjá - é a força do mar. Grande mãe. É a criação.
- Oxum - é a força das águas doces, rios, cachoeiras. É mãe também. Tanto que as mulheres quando têm dificuldades para engravidar deve-se pedir a Oxum.
- Iansã - é a força dos ventos, das tempestades, da limpeza.
Podemos perceber, portanto, que os Orixás estão presentes em nossas vidas. Sempre! São essas forças que temos que buscar diariamente para nosso engrandecimento, equilíbrio. A Umbanda tem como princípio básico o amor. Não é uma religião cristã, mas tem em Jesus um grande exemplo a ser seguido. Não é cristã porque é única mesmo. Se assim fosse ela deveria ser Budista ou Hinduísta também, uma vez que Buda, muito antes de Cristo, pregava o amor, a paz.
Faço aqui uma observação: no nosso ritual de abertura e fechamento o Pai Nosso é rezado por termos a figura de Jesus como um grande exemplo.
Acontece que num país como o nosso onde mais de 80% da população é cristã, ou seja, tem relações com religiões diretamente ligadas ao Velho e Novo Testamento, como a Igreja Católica Apostólica Romana e religiões pentecostais, a ligação com o catolicismo é imensa. Mas não deveria.
Os negros utilizavam-se de figuras da Igreja Católica para, digamos, enganar os senhores de engenho, e cultuar seus Deuses, seus orixás. A Umbanda "nasceu" oficialmente em 1908 quando Zélio de Moraes incorporou numa sessão do espiritismo tradicional um caboclo que foi, digamos, espuslo de lá porque os "espíritas" o consideravam de baixa luz. Tremenda besteira como se sabe.
Nesse sincretismo Oxóssi, por exemplo, é tido como São Sebastião. Foi bom para que quem não conhecia a Umbanda visse como um atenuante. Claro, você vai no terreiro e vê ali a figura da Igreja Católica é natural que se fique mais tranquilo. No meu casamento, por exemplo, a avó materna da Carol, minha mulher, adorou a umbanda. E olha que ela é carola. Ela me disse que ficou impressionada em ver São Sebastião ali no "altar". Percebe como as pessoas se tranquilizam?
A Umbanda é um mistério para muita gente - inclusive para nós umbandistas -, pois está em franca transformação e desenvolvimento.
Eu, particularmente, não gosto muito das figuras dos santos da Igreja Católica em nossa Umbanda porque simplesmente não tem nada a ver mesmo. Mas por enquanto parece que é necessário tê-los ali, pois faz parte do simblismo. E ajuda na compreensão daqueles que chegam pela primeira vez.
A representação dos Orixás tem nada a ver com a figura dos santos. Mas esse assunto vale outra postagem.
Enfim, a Umbanda é a religião brasileira da música, do canto, da dança, da natureza e ainda trabalha com os maravilhosos espíritos que nos ajudam a entender um pouco mais sobre o outro lado, o Astral, e, como nós, estão em franco desenvolvimento.
Mais: nenhum espírito e nenhum de nós encarnados somos autorizados a interferir no livre arbítrio. Cada um escolhe seu caminho. Cada um tem sua história.
E o merecimento é o que guia nossos passos em direção ao tão desejado sucesso.
Paz, amor, dedicação, harmonia, tolerância devem estar sempre presentes em nossos corações para que possamos, realmente, fazer um mundo melhor!
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